domingo, 3 de março de 2013

A menina que deseja se ajustar

A colunista Anne Hart escreve sobre uma criança com a síndrome de Asperger. Para essa garotinha, voltar à escola significa voltar a sofrer humilhações.

Pergunte a Azrael DuBose do que ela mais tem medo quando pensa em voltar às aulas e ela responderá: o bullying.

Pergunte qual seu maior desejo e a resposta é igualmente dolorosa:

-"Que aqueles meninos aprendessem mais sobre autismo e parassem de fazer gozação".

Azrael é apenas mais uma menininha graciosa. Ela tem sardas, um cachorrinho que adora e uma irmãzinha que gosta de seguir. Mas Azrael também tem uma desordem chamada síndrome de Asperger, uma forma de autismo que torna difícil adquirir habilidades sociais que vêm naturalmente para a maioria das pessoas.

Azrael tem sido caçoada tão cruelmente que chega em casa em lágrimas. Ela prefere ficar com sua família ou com adultos do que com crianças.

Os insultos das crianças incluem perguntar o antiquado "Onde você nasceu, em Júpiter?", chamá-la de "palavra com B" (na verdade, "bitch": cadela), espalhar boatos ou simplesmente isolá-la.

Azrael e seus pais, Christy e Randy, concordaram em dividir a sua história na esperança de aumentar a aceitação das crianças com autismo, especialmente os aspérgueres.

Quanto mais o tempo passa, mais difícil fica para Azrael se ajustar.

Eis porque Azrael participou de um grupo de desenvolvimento de habilidades sociais criado para ensinar habilidades do dia-a-dia como entrar em um simples conversação, lidar com o bullying e, mais importante, como fazer amigos. A meta é diminuir o isolamento e a ansiedade.

O próximo curso de 8 semanas, organizado por The Mindspring Center e The Matthew Reardon Center, começa em 8 de setembro. O grupo terapêutico é baerto a todas as crianças com distúrbios de comunicação, comportamento e aprendizado.

Os DuBoses esperam que o grupo ajude a fazer com que a quinta série de Azrael tenha menos dor de cabeça, menos ridicularização, menos angúasita por ser aceita.

"Asperger me faz maravilhosa"

Espera-se ouvir muito sobre autismo neste ano escolar. As escolas estão se empenhando, uma vez que um número crescente de crianças estão diagnosticadas com a desordem neurológica.

Hoje, uma em cada 150 crianças tem autismo ou uma desordem do espectro autista, o que inclui vários distúrbios relacionados, como a síndrome de Asperger. Nos anos 1970, acreditava-se que 3 em cada 10.000 crianças tinham autismo.

Se ensinar crianças autistas como lidar com dicas sociais lhe parece ridículo, então acontece que você não conhece alguém que sofra como Azrael.

Azrael - cujo nome significa "com a ajuda de Deus" - tem boas habilidades verbais e já lê como se estivesse na sétima série.

Mas ela não entende linguagem corporal, expressões faciais ou nuances de linguagem. Ela não usa de sarcasmo, mas ao invés disso, entende o que se diz literalmente. Ela tende a desconsiderar clichês e agradecimentos padrão.

-"Você sabia que o galago faz xixi nas suas mãos?" - é como Azrael agradeceu a uma mulher na igreja, recentemente. Galago, em inglês, bushbaby, é um pequeno primata africano. Parece um mico de olhos esbugalhados e focinho comprido.

Como outras pessoas com síndrome de Asperger, também chamada de "síndrome nerd", Azrael tem QI alto e é cheia de talento. Adora música e animais, quer ser zoóloga e pode lhe contar tudo sobre os hábitos alimentares do jupará, um parente do quati.

Estas peculiaridades fazem Azrael fascinante - para os adultos - mas a transformam em um alvo primário de bullying em uma classe da escola fundamental regular.

Ao contrário de pessoas com outras deficiências, um ásperguer não tem nenhum sinal físico óbvio.

"Ásperguer é uma deficiência invisível", explica a mãe de Azrael, uma professora de educação especial.

Como resultado, crianças com Asperger freqüentemente são erroneamente vistas como possuidoras de personalidade intempestiva e de serem provocadoramente pedantes que falam o que pensam, mesmo se o que dizem seja insultuoso.

Azrael, cujo diagnóstico também inclui Transtorno de atenção com hiperatividade e transtorno obsessivo compulsivo, fica irada quando os colegas não seguem regras. "É duro fazer amigos quando você é vista como dedo-duro", diz Christy DuBose.

O telefone raramente toca para Azrael. Ela não costuma se convidada para sair.

Stephanie Warren, assistente social clínica licenciada e psicoterapeuta que ajuda a tocar o grupo de habilidades sociais, diz que, apesar dos desafios, a Asperger pode ser um dom.

"São crianças relamente interessantes a quem se precisa apenas ensinar habilidades que vêm naturalmente para os outros, como porque eles não devem incomodar alguém falando em detalhes sobre a pressão barométrica durante um furacão de 30 de março de 1937", diz Stephanie.

O marido de Stephanie há 12 anos tem Asperger. Ele fez bom uso dos traços positivos da desordem e se tornou um engenheiro aero-espacial.

Os pais de Azrael querem que o futuro da filha seja brilhante. Sua mãe sempre lhe compra bought uma camiseta escrita: "Asperger me faz maravilhosa".

No começo das aulas, Azrael e seus pais farão o que sempre fazem: trarão para o novo professor uma pilha de livros sobre a síndrome de Aspergere esperarão que os desejos de Azrael se tornem realidade:

Que as crianças parem de ridicularizá-la.

E Azrael comece a fazer amigos.

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