domingo, 3 de agosto de 2014

Estudo comprova que tablets melhoram as capacidades verbais de crianças com Autismo

Estima-se que cerca de 30% das crianças com Autismo não desenvolvem fluência para poder ter uma interação verbal funcional em aspectos sociais complexos. Devido a este aspecto, uma equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia, Los Angeles (UCLA), dirigido por Connie Kasari, realizou um estudo de três anos com o objetivo de descobrir se o uso de tablets  potencializava o desenvolvimento da linguagem verbal e como consequência, melhorava a interação social.
O estudo incluiu 61 crianças com Autismo com idades entre 5 e 8 anos. Durante seis meses, cada criança recebeu terapia objetivando a comunicação em uma finalidade social, estimulando a interação por meio do desenvolvimento de jogos. Metade das crianças, também selecionadas aleatoriamente, receberam apoio através de um tablet. Os pesquisadores descobriram que as crianças que usaram tablets eram mais propensas a usar a linguagem espontaneamente desenvolvendo mais habilidades sociais do que as crianças que não usaram. Em ambos os grupos a metodologia foi a mesma, com exceção da introdução ao dispositivo tecnológico.
“Foi notável o quão bem o tablet funcionou para melhorar o acesso à comunicação para essas crianças”, disse Kasari, professor de desenvolvimento humano e psicologia na Faculdade de Educação da UCLA e professora de psiquiatria da UCLA Instituto Semel para Neurociência e Comportamento Humano. “As crianças que receberam a intervenção comportamental com o tablet para apoiar as suas tentativas de comunicação têm avançado muito mais rápido para aprender a se comunicar, e em particular quanto ao uso da linguagem falada.”
Obviamente, o simples uso do tablet por a criança não garante o aprendizado por si só, para resultados como este exige-se uma metodologia que incentive a comunicação verbal e também a interação social. O tablet é apenas uma ferramenta, embora muito poderosa pelo feedback e estimulação visual e auditiva gerada,  e é através desse interesse e atenção que este dispositivo desperta, que existe a potencialidade para usá-lo uma grande ferramenta.
Quem se interessou pelo assunto e quer detalhes, eis a referência:
Connie Kasari, Ann Kaiser, Kelly Goods, Jennifer Nietfeld, Pamela Mathy, Rebecca Landa, Susan Murphy, Daniel Almirall.Communication Interventions for Minimally Verbal Children With Autism: A Sequential Multiple Assignment Randomized TrialJournal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry, 2014; 53 (6): 635 DOI:10.1016/j.jaac.2014.01.019

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